Considerado
por muitos como a era de ouro da música jamaicana, o
período correspondente ao Roots Reggae (1968-1985), marcou
a diversificação e a expansão do ritmo de Jah para novas
fronteiras musicais e geográficas
Hoje em dia, depois da popularização mundial do reggae,
este termo passou a ser utilizado também para designar
toda a produção musical da Jamaica nos últimos quarenta
anos, o que ressalta a unidade musical do gênero ao longo
deste tempo. Contudo, o reggae propriamente dito foi
batizado em 1968, com a canção “Do the Reggay”
(assim mesmo, com a grafia errada), de Toots Hibberts (foto) e
os Maytals.
Atualmente, esse período inicial do ritmo de Jah é chamado de roots reggae (reggae de raiz) ou simplesmente roots. Embora hoje a maioria dos regueiros chame de roots qualquer reggae que não seja baseado em ritmos eletrônicos, essa classificação do estilo como pertencente a uma época específica ainda é a mais aceita e usada nas principais fontes de informação sobre o tema.
Atualmente, esse período inicial do ritmo de Jah é chamado de roots reggae (reggae de raiz) ou simplesmente roots. Embora hoje a maioria dos regueiros chame de roots qualquer reggae que não seja baseado em ritmos eletrônicos, essa classificação do estilo como pertencente a uma época específica ainda é a mais aceita e usada nas principais fontes de informação sobre o tema.
Existem
muitas versões para a origem do nome reggae, entretanto a
mais aceita é a que este seria uma adaptação
da palavra “ragged”, que indica uma roupa suja e rasgada
ou a pessoa que a usa. O nome é uma indicação clara das
origens do reggae, que nasceu nos barracões de zinco das
favelas jamaicanas, em um período de intensa experimentação
musical, absorvendo as contribuições do ska e do rocksteady
e canalizando tudo em um novo gênero musical.
Tudo
isso aconteceu também porque uma nova geração
de músicos estava surgindo no final da década de 1960 e
início da de 1970. Eram artistas como Aston "Familyman"
Barret, Leroy "Horsemouth" Wallace, Earl "Chinna" Smith,
Max Romeo, entre outros, que
buscaram marcar presença alterando a interpretação
do ritmo. O que eles fizeram foi dar mais importância à
bateria e à guitarra na mixagem, elaborar linhas de baixo
mais pulsantes e menos melódicas e cantar de forma mais áspera.
Mais uma vez a situação econômica, social e
cultural da ilha teve influência marcante, pois a principal
mudança ocorreu nas letras, que estavam mais impacientes,
menos inocentes e mais contundentes que as do rocksteady.
As
expectativas por uma vida melhor, alimentadas no calor da
independência da Jamaica, não estavam se cumprindo, o
êxodo rural se intensificava, o desemprego aumentava e as
condições de trabalho não melhoravam. Os artistas se
tornavam porta-vozes da desilusão e da raiva do povo e
influíam no direcionamento destes sentimentos. O movimento
religioso conhecido como rastafari
também alcançou grande repercussão entre a
população carente e os artistas do reggae. O forte
comprometimento com a denúncia e com a transformação
social, juntamente com a mensagem religiosa, se tornaram os fundamentos
do reggae. Muitos artistas apareceram nessa época (veja a
lista ao final do texto) e contribuíram para ampliar a
força do ritmo.
Em
termos musicais, as primeiras canções que anunciaram
a nova tendência foram clássicos como "People
Funny Boy", de Lee Perry (foto acima), "Nanny Goat", de
Larry Marshall e "No More Heartaches", dos Beltones, que
aceleravam um pouco a batida do rocksteady sem chegar ao andamento
frenético do ska. A canção de Perry usava efeitos
sonoros como choro de bebê e garrafas se quebrando, deixando
claro que os técnicos de som e produtores iriam interferir
mais no resultado final do que antes. Esta tendência acabou
se confirmando e desembocou no Dub.
Muitos artistas estavam chegando do campo e traziam para a cidade uma sensibilidade diferente e uma carga cultural local mais intensa. Alguns vinham de comunidades com forte influência da cultura rural, que ainda ouviam bastante o mento (ver na Primeira Parte da História do Reggae), diretamente ligado à matriz africana. Cantores como Eric Donaldson e Justin Hinds faziam parte desta leva, com fortes laços com o interior da ilha. Ao mesmo tempo, estava em gestação entre outros músicos e produtores um novo estilo, mais cosmopolita, que iria fazer com que o reggae alcançasse finalmente o público fora da Jamaica.
Muitos artistas estavam chegando do campo e traziam para a cidade uma sensibilidade diferente e uma carga cultural local mais intensa. Alguns vinham de comunidades com forte influência da cultura rural, que ainda ouviam bastante o mento (ver na Primeira Parte da História do Reggae), diretamente ligado à matriz africana. Cantores como Eric Donaldson e Justin Hinds faziam parte desta leva, com fortes laços com o interior da ilha. Ao mesmo tempo, estava em gestação entre outros músicos e produtores um novo estilo, mais cosmopolita, que iria fazer com que o reggae alcançasse finalmente o público fora da Jamaica.
Até o início dos anos 1970, o ritmo de Jah estava restrito à sua terra natal e às comunidades jamaicanas encravadas nas grandes cidades inglesas, americanas e canadenses. Na mesma época em que o reggae nascia na Jamaica, os artistas exilados também começaram a produzir música, principalmente na Inglaterra, onde uma forte cena foi construída desde o final dos anos 1960 por nomes como Dandy Livingstone, Laurel Aitken, Winston Groovy e outros (que são assunto para outro artigo). Esta conexão inglesa se tornou uma ponte para o mercado internacional, que seria finalmente atingido com a ascensão do grupo conhecido como Bob Marley and The Wailers.
Em 1971, depois de sete anos de carreira na Jamaica e sem conseguir com a música mais do que o minimamente necessário para a sobrevivência, os Wailers (Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer) juntaram algum dinheiro e fizeram apresentações pela Inglaterra, onde seu trabalho era razoavelmente conhecido. Lá foram abandonados pelos organizadores da excursão, mas conseguiram se salvar graças a um contato com o anglo-jamaicano Chris Blackwell, dono da gravadora Island. Tal encontro iria mudar o reggae para sempre e abrir as portas para que o ritmo jamaicano chegasse a lugares que seus idealizadores nunca imaginariam, como o Brasil.
O grupo assinou um rápido contrato com a Island e gravou na Jamaica as bases de um disco que foi trabalhado desde a concepção visando uma audiência específica: o público de rock. Para tanto foram realizadas várias adaptações no reggae roots. Para começar, este álbum, o hoje famoso “Catch a Fire”, foi gravado como uma unidade, enquanto que os álbuns de muitas faixas lançados na Jamaica eram na verdade compilações de compactos. Canções antigas como “Stir it Up”, de Marley e “Stop that Train” , de Peter Tosh, foram regravadas e outras foram compostas especialmente para o disco. A duração das faixas foi aumentada para quatro, até cinco minutos, contra três minutos em média para os reggaes produzidos anteriormente.
Além disso o álbum foi remixado por técnicos ingleses nos equipamentos mais avançados da época, para que, entre outras coisas, fosse dado menos destaque ao baixo tocado por Aston “Family Man” Barret e Robbie Shakespeare (este último apenas na faixa "Concrete Jungle"). Também foram acrescentadas as linhas de guitarra do roqueiro Wayne Perkins, alguns teclados e uma percussão básica. Para finalizar o trabalho, muito tempo foi gasto para “limpar” o som e deixá-lo mais claro, dentro dos padrões internacionais.
O que poderia ter resultado em uma espécie de “frankenstein musical” se tornou a gênese de um novo estilo do reggae. Porém o processo de adaptação do ritmo jamaicano ao gosto da audiência roqueira acabou também por influir na relação de Marley com Peter Tosh e Bunny Wailer. Blackwell queria promover o primeiro como a cara do grupo, pois queria divulgá-lo à maneira das bandas de rock (que sempre tinham um vocalista principal) e também porque achava o formato do trio vocal ultrapassado. A mudança de nome para Bob Marley and The Wailers foi o sinal de que o produtor conseguiu o seu intento. Os dois companheiros se sentiram deixados de lado e logo sairiam dos Wailers, deixando Marley livre para se tornar o primeiro superstar do Terceiro Mundo. O lado bom de tal rompimento foi que Tosh e Bunny também ganharam condições de desenvolver um trabalho solo excepcional, embora não tenham alcançado o sucesso comercial do antigo parceiro.
O
primeiro álbum de Bob Marley and The Wailers por uma
grande gravadora estabeleceu novos padrões para o reggae.
Ele praticamente criou um novo estilo, que o dub poet
Linton Kwesi Johnson chamou de “reggae internacional” . É o
modelo adotado por artistas oriundos dos Wailers como Peter Tosh, alguns dos herdeiros diretos de Marley, como os filhos Ziggy, Julian e Demian, além de artistas e grupos que estão na ativa hoje, como Burning Spear, Culture, Black Uhuru, Third World, Aswad e Steel Pulse.
É
o reggae internacional que serve como referência para a
maioria das pessoas em todo o planeta, um estilo
caracterizado pelo uso mais destacado da guitarra, dos
teclados e dos instrumentos de sopro, uma versão do ritmo
que faz mais concessões de apelo comercial, mas que não
abre mão de alguns dos conceitos e mensagens caros ao
gênero, como o entrelaçamento entre a mensagem espiritual e
política.
Apesar deste processo ter mantido algumas das características essenciais do estilo, a grande maioria das bandas jamaicanas que adotaram esta interpretação do reggae tiveram que fazer uma escolha entre o mercado interno da ilha e a audiência externa. Isso aconteceu porque, se o reggae internacional teve um impacto entre os artistas da Jamaica, também foi rejeitado pela maior parte do público local. Muitos artistas tiveram que emigrar para a Inglaterra ou para os Estados Unidos, enquanto outros adotaram uma “carreira dupla”, gravando álbuns para serem lançados no mercado externo através das grandes gravadores, enquanto colocavam nas lojas da Jamaica compactos mais sintonizados com o que estava sendo feito localmente.
Na colagem da revista americana Black Music é possível reconhecer Burnig Spear (terceiro da esq. para dir.), Big Youth (de óculos escuros), Toots Hibberts (com o microfone), Bob Marley (com a guitarra em punho), U Roy (de baseado na boca) e King Tubby (de coroa)
O reggae cresce e se multiplica
Apesar deste processo ter mantido algumas das características essenciais do estilo, a grande maioria das bandas jamaicanas que adotaram esta interpretação do reggae tiveram que fazer uma escolha entre o mercado interno da ilha e a audiência externa. Isso aconteceu porque, se o reggae internacional teve um impacto entre os artistas da Jamaica, também foi rejeitado pela maior parte do público local. Muitos artistas tiveram que emigrar para a Inglaterra ou para os Estados Unidos, enquanto outros adotaram uma “carreira dupla”, gravando álbuns para serem lançados no mercado externo através das grandes gravadores, enquanto colocavam nas lojas da Jamaica compactos mais sintonizados com o que estava sendo feito localmente.
Na colagem da revista americana Black Music é possível reconhecer Burnig Spear (terceiro da esq. para dir.), Big Youth (de óculos escuros), Toots Hibberts (com o microfone), Bob Marley (com a guitarra em punho), U Roy (de baseado na boca) e King Tubby (de coroa)
O reggae cresce e se multiplica
Jacob Miller (na foto cantando com o Inner Circle) participou do filme 'Rockers'
Na segunda metade dos anos de 1970 apareceram os "Rockers", novos artistas como o instrumentista Augustus Pablo,
o baterista Sly Dunbar e os cantores Johnny Clarke e Hugh
Mundell. Eles tentaram responder à internacionalização do
reggae radicalizando a forma de tocar e os temas abordados nas
letras, desacelerando o ritmo musical (aproximando-se do
rocksteady) e afiando ainda mais as palavras. Curiosamente
a maioria não esteve presente no filme "Rockers", lançado
em 1978. Como este filme mostrou, a filosofia rasta
estava no auge, fazendo com que muitos artistas se
convertessem à causa. Inspirados por ela, grupos como Ras
Michael and the Sons of Negus e o de Count Ossie faziam
dos tambores nyabinghi, tocados nas celebrações rasta, a
base do seu som. O rastafarianismo também influenciou as
letras de músicas de praticamente todos os artistas do
roots e suas cores (vermelho, dourado e verde) e seus símbolos,
como o leão de Judah e a estrela de David, adornavam as capas
dos discos e compactos que saíam na época.
Os DJs (ou deejays) também entraram em cena. Artistas como U Roy
e Big Youth ganharam este nome porque falavam por cima das
letras de música como alguns disk-jóqueis das rádios.
Sem ficarem presos aos temas clássicos das canções
populares, agiam como comentaristas do cotidiano, logo alcançando
grande popularidade e fazendo a transição inevitável
para a gravação de suas próprias faixas. Esta foi a
grande inovação que o reggae apresentou à música popular
em termos de performance vocal, influenciando o
aparecimento do rap alguns anos depois.
Dessa forma, a música jamaicana estava ficando cada vez mais diversificada. Em cada esquina aparecia um estúdio novo e novos cantores, deejays e instrumentistas querendo mostrar o seu trabalho. A década de 1970 foi a época de maior investimento externo na indústria musical jamaicana, fazendo com que esta repercutisse ainda na cena mundial, tornando o reggae uma força inspiradora para a combalida música popular ocidental. Nesta época o reggae começou a ser ouvido em discos de mega-grupos de rock como os Rolling Stones e Led Zeppelin, passando pelos iconoclastas do punk, como The Clash e The Slits, até os artistas do chamado Terceiro Mundo, como Gilberto Gil no Brasil, Sonny Okusun na Nigéria e Alpha Blondy na Costa do Marfim.
Dessa forma, a música jamaicana estava ficando cada vez mais diversificada. Em cada esquina aparecia um estúdio novo e novos cantores, deejays e instrumentistas querendo mostrar o seu trabalho. A década de 1970 foi a época de maior investimento externo na indústria musical jamaicana, fazendo com que esta repercutisse ainda na cena mundial, tornando o reggae uma força inspiradora para a combalida música popular ocidental. Nesta época o reggae começou a ser ouvido em discos de mega-grupos de rock como os Rolling Stones e Led Zeppelin, passando pelos iconoclastas do punk, como The Clash e The Slits, até os artistas do chamado Terceiro Mundo, como Gilberto Gil no Brasil, Sonny Okusun na Nigéria e Alpha Blondy na Costa do Marfim.
Refluxo e retomada
Entretanto o falecimento de Bob Marley em maio de 1981, que causou uma grande comoção em todo o mundo, trouxe um retrocesso na ascensão do reggae no mercado internacional. Muitos artistas foram dispensados pelas grandes gravadoras e tiveram que continuar suas carreiras sob novas bases. Ao mesmo tempo em que o roots praticado na ilha radicalizava a sua proposta – tanto nas letras que pregavam a derrubada do sistema como na química sonora dos “dubs” –, novidades tecnológicas começavam a chegar, como os sintetizadores que podiam substituir uma banda inteira.
A situação política na Jamaica estava ficando cada vez mais tensa e os dois partidos rivais montaram milícias que levavam o país a um clima de guerra civil sempre que havia uma eleição. O político socialista Michael Manley (já falecido), que havia assumido o governo em 1972 renovando as promessas da época da independência, também havia falhado na sua tentativa de melhorar a dura vida dos ilhéus. Mais uma vez desiludido, o público voltou as costas para os artistas que tinham na mensagem revolucionária o seu tema principal, pois eram associados com o governo supostamente de esquerda de Manley.
Este,
de fato, havia usado canções do reggae como jingles
eleitorais ("Better Must Come", de Delroy Wilson, é
o exemplo mais citado, mas outras também foram usadas), tendo
conseguido ganhar a confiança de parte dos rastafaris graças
a manobras populistas, como ir até a Etiópia visitar
o imperador Hailé Selassié I. O sistema bipartidário
jamaicano deixava (deixa ainda) poucas escolhas para os eleitores.
Assim, antes mesmo de perder o seu principal ídolo, os
jamaicanos elegeriam, em 1980, o direitista Edward Seaga
(que supostamente havia sido o mandante de um atentado à
vida de Marley antes das eleições de 76), confirmando a
impaciência do povo da ilha. Em 1985, os primeiros reggaes
eletrônicos ganharam definitivamente a simpatia do
público jamaicano (ver Dancehall),
fazendo com que muitos artistas se adaptassem (como
Gregory Isaacs) abandonassem a música (como o Culture, que
depois retomou a carreira, ou grupos como os Ethiopians,
Melodians, Cables etc ) ou partissem da Jamaica (como
Burning Spear, Meditations etc).
Roots Hoje
A partir de então qualquer reggae que não usasse sintetizadores como base principal passou a ser conhecido como roots, colocando sob a mesma denominação tanto o reggae internacional, quanto o roots original. Enquanto o reggae internacional continuava se mantendo em patamares bem mais modestos de venda (mas experimentando sucessos isolados como o de Ziggy Marley, que finalmente abriu o mercado americano, chegando ao topo das paradas em 1988, impulsionado pelo sobrenome famoso), o estilo roots continuou no ostracismo durante o restante dos anos de 1980 e o começo dos anos de 1990.
A partir de então qualquer reggae que não usasse sintetizadores como base principal passou a ser conhecido como roots, colocando sob a mesma denominação tanto o reggae internacional, quanto o roots original. Enquanto o reggae internacional continuava se mantendo em patamares bem mais modestos de venda (mas experimentando sucessos isolados como o de Ziggy Marley, que finalmente abriu o mercado americano, chegando ao topo das paradas em 1988, impulsionado pelo sobrenome famoso), o estilo roots continuou no ostracismo durante o restante dos anos de 1980 e o começo dos anos de 1990.
Englobando os dois estilos citados acima, o roots reggae continua sendo o preferido pela grande maioria dos fãs do ritmo pelo mundo. Esta predileção foi reforçada pela onda de reedições que se seguiu à substituição dos discos de vinil pelos CDs e agora toma novo fôlego com os retomadas de várias bandas como os já citados Meditations e o interesse despertado por veteranos como Lee Perry e Bob Andy (foto acima). Muitos vêem este período como o mais importante e influente da música jamaicana, um ponto-de-vista contra o qual pode parecer difícil argumentar. Talvez o reggae naquele tempo fosse melhor trabalhado e elaborado do que o de hoje (até porque envolvia ainda mais instrumentistas). No entanto parece ser mais exato dizer que aquela era a música que melhor traduziu o seu lugar e época. Por isso ela continua cativando admiradores em todo o mundo com uma força poucas vezes igualada.
Tal força criou uma nova situação que desafia os limitados rótulos e classificações cronológicas que podemos criar para melhor explicar a música que amamos, enquanto ilumina o que pode ser o futuro do reggae. Isso porque, nos últimos anos, o reggae jamaicano vem experimentando um resgate dos valores e dos ritmos do roots. Os antigos riddims (ver Rocksteady) estão sendo retomados com maior intensidade e uma nova geração, composta por artistas como Luciano (foto acima), Yami Bolo, Sister Carol, Capleton, Morgan Heritage, Everton Blender, Tony Rebel e o novíssimo Warrior King, vêm apresentando o que pode ser chamado de modern roots. Este estilo traz a mensagem política e religiosa do reggae dito tradicional, sem abdicar das facilidades tecnológicas, embora não abram mão de usar instrumentistas reais em suas músicas.
Para concluir
A dificuldade que estes artistas talentosos experimentam para serem aceitos fora da Jamaica sugere que pode
estar havendo um foco excessivo no passado do reggae por
parte do público e da imprensa. É algo que deve ser
lamentado também por estar impondo uma fórmula de se
compor e tocar o ritmo de Jah, que vem sendo seguida em
todo o mundo e vem uniformizando um gênero que cresceu
sendo instigante, desafiador e revolucionário. Embora
muitos utilizem a música local como um tempero para o
reggae, este ainda está preso naquela estrutura
tradicional, que já tem mais de trinta anos. O
valor cultural, a força musical e a mensagem do roots
reggae jamais serão esquecidos e representam hoje muito do
que o ritmo de Jah pode oferecer ao mundo, mas não tudo.
Transformar tão bela manifestação em um dogma cultural
é negar a sua essência e enfraquecer o seu impacto
nas gerações vindouras.
Viva o roots ! Longa vida ao reggae!
Viva o roots ! Longa vida ao reggae!
Muito
mais poderia ser escrito sobre o roots reggae, mas
deixamos para outros artigos, onde outros aspectos serão
abordados. Leia mais sobre o estilo roots acompanhando as
biografias de alguns dos artistas citados nesta matéria.
Basta checar os links na lista de artistas abaixo.
Fontes
para este artigo: Steve Barrow - Rough Guide to Reggae,
K. Chang e W. Chen - Reggae Routes, Davis e Simon -Reggae
Bloodlines, David Katz - People Funny Boy, Virgin
Encyclopedia of Reggae.
Os mais influentes nomes do ROOTS foram os seguintes:
COXSONNE DODD
BUNNY LEE
KING TUBBY
JOE GIBBS
LEE 'SCRATCH' PERRY
NINEY THE OBSERVER
JACK RUBY
SONIA POTTINGER
TAPPA ZUCKIE
HENRY 'JUNJO' LAWES
BUNNY WAILER
PETER TOSH
GREGORY ISAACS
JIMMY CLIFF
DENNIS BROWN
JUDY MOWATT
MARCIA GRIFFITHS
JOE HIGGS
JOHN HOLT
JUSTIN HINDS
JACOB MILLER
BURNING SPEAR
BERES HAMMOND
MAX ROMEO
SUGAR MINOTT
HUGH MUNDELL
JUNIOR MURVIN
IJAHMAN
ERIC DONALDSON
OWEN GRAY
JACKIE EDWARDS
PETER TOSH
GREGORY ISAACS
JIMMY CLIFF
DENNIS BROWN
JUDY MOWATT
MARCIA GRIFFITHS
JOE HIGGS
JOHN HOLT
JUSTIN HINDS
JACOB MILLER
BURNING SPEAR
BERES HAMMOND
MAX ROMEO
SUGAR MINOTT
HUGH MUNDELL
JUNIOR MURVIN
IJAHMAN
ERIC DONALDSON
OWEN GRAY
JACKIE EDWARDS
BOB MARLEY AND THE WAILERS
TOOTS AND THE MAYTALS
STANLEY BECKFORD AND STARLIGHTS
BLACK UHURU
THE HEPTONES
THE PIONEERS
THE CONGOS
THE MEDITATIONS
THE MELODIANS
THE ABYSSINIANS
THE GLADIATORS
THE ITALS
THE ETHIOPIANS
ISRAEL VIBRATION
CULTURE
WAILING SOULS
MIGHTY DIAMONDS
TOOTS AND THE MAYTALS
STANLEY BECKFORD AND STARLIGHTS
BLACK UHURU
THE HEPTONES
THE PIONEERS
THE CONGOS
THE MEDITATIONS
THE MELODIANS
THE ABYSSINIANS
THE GLADIATORS
THE ITALS
THE ETHIOPIANS
ISRAEL VIBRATION
CULTURE
WAILING SOULS
MIGHTY DIAMONDS
KING STITT
U ROY
I ROY
DENNIS ALCAPONE
BRIGADIER JERRY
CHARLIE CHAPLIN
CLINT EASTWOOD
JAH STITCH
PRINCE FAR I
ALTHEA AND DONNA
U BROWN
BIG YOUTH
DILLINGER
TRINITY
LONE RANGER
GENERAL ECHO
EEK-A-MOUSE
DR. ALIMANTADO
MICHIGAN & SMILEY
YELLOWMAN
BURRU BANTON
U ROY
I ROY
DENNIS ALCAPONE
BRIGADIER JERRY
CHARLIE CHAPLIN
CLINT EASTWOOD
JAH STITCH
PRINCE FAR I
ALTHEA AND DONNA
U BROWN
BIG YOUTH
DILLINGER
TRINITY
LONE RANGER
GENERAL ECHO
EEK-A-MOUSE
DR. ALIMANTADO
MICHIGAN & SMILEY
YELLOWMAN
BURRU BANTON
Bateria:
Carlton Barrett
Joe Isaacs
Sly Dunbar
Carlton "Santa" Davis
Leroy "Horsemouth" Wallace
Michael "Boo" Richards
Benbo
Winston Greenan
Baixo:
Joe Isaacs
Sly Dunbar
Carlton "Santa" Davis
Leroy "Horsemouth" Wallace
Michael "Boo" Richards
Benbo
Winston Greenan
Baixo:
Aston "Family Man" Barrett
Leroy Sibbles
Jackie Jackson
Brian Atkinson
Robbie Shakespeare
Errol "Flabba" Holt
Fully Fullwood
Boris Gardiner
Derrick Barnett
Guitarra:
Leroy Sibbles
Jackie Jackson
Brian Atkinson
Robbie Shakespeare
Errol "Flabba" Holt
Fully Fullwood
Boris Gardiner
Derrick Barnett
Guitarra:
Earl "Chinna" Smith
Hux Brown
Alva Lewis
Winston 'Bo Pee' Bowell
Ernest Ranglin
Bingi Bunny
Dwight Pickney
Teclados:
Earl "Wia" Lindo
Keith Sterling
Jackie Mitoo
Winston Wright
Gladstone Anderson
Ansel Collins
Aubrey Addams
Sopros:
Hux Brown
Alva Lewis
Winston 'Bo Pee' Bowell
Ernest Ranglin
Bingi Bunny
Dwight Pickney
Teclados:
Earl "Wia" Lindo
Keith Sterling
Jackie Mitoo
Winston Wright
Gladstone Anderson
Ansel Collins
Aubrey Addams
Sopros:
Augustus Pablo
Tommy McCook
Bobby Ellis
Deadly Headley Bennet
Dirty Harry
Herman Marquis
Dean Frazer
Val Bennet
Lester Sterling
Vin Gordon
Percussão:
Tommy McCook
Bobby Ellis
Deadly Headley Bennet
Dirty Harry
Herman Marquis
Dean Frazer
Val Bennet
Lester Sterling
Vin Gordon
Percussão:
Alvin "Seeco" Patterson
Sky Juice
Sky Juice
Discografia Selecionada |
Primeiro
uma nota: as coletâneas baratas vendidas no Brasil
geralmente trazem duas ou três faixas que todos conhecem e
sobras de catálogos que foram cedidas a preço de banana a
gravadoras européias obscuras. O melhor é procurar pelos
álbuns originais dos artistas (que não vamos recomendar
aqui, pois as discografias estão sendo adicionadas às
biografias dos artistas que estão no Massive). Outra saída
é encomendar coletâneas de verdade, que embora caras
(existem sites de venda de Cds usados que podem quebrar o
galho) trazem realmente o melhor do reggae. Duas delas são
indicadas abaixo:
Tougher Than Tough: The Story of Jamaican Music - Caixa com 4 CDs, passando, como diz o título, por toda a história do reggae.
Tougher Than Tough: The Story of Jamaican Music - Caixa com 4 CDs, passando, como diz o título, por toda a história do reggae.
Trojan
Box Set - Série com diversas caixas, cada uma com 3 CD's
(pelo preço de dois), contendo algumas das jóias do
extenso catálogo da Trojan. Passeia pelos diversos estilos,
com nomes como "Trojan Roots Box Set", "Trojan DJs
Box Set" etc. Pode ser encomendado no site da Trojan .
NOSSOS AGRADECIMENTOS ESPECIAS A |
Copyright(c) MassiveReggae
Desenvolvido por LeoVidigal
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